terça-feira, 28 de outubro de 2014

Nostalgia


Trago por meio desta,
Minha melancolia
Em fraternidade com
a sua falta.
Não faço ideia,
Nem crio fato,
O tato eu sinto,
na alma.
O abraço que te concedi,
Era de saudade,
Mesmo sem nunca ter te conhecido.

Joana Carmim.

Fúria.

Minha língua
Adentrando
Sua boca,
Sua mão
Aperta meu corpo
Com malícia...
Ato de insânia,
impetuoso,
É o nosso carinho
furioso.
Com entusiasmo
me irrita a pele;
Arrepia.
De vermelho,
Pegam fogo
as partes
mais sensíveis;
Raspa pele,
Fina pele;
Deixa marca;
Arrepia.

Poesia de Fato.

As palavras tortas
que saiam de nossas bocas
no fim eram só palavras.
As vontades mortas
que tinha se criado
Só começou a fazer
sentido quando paramos de falar.
Olho no olho;
E em poucos, já conversavamos
Como profissionais
na arte da linguagem da alma,
Poetizamos um instante inteiro sem rimas,
Sem vocábulos ou orações.
E agora somos escritores,
Poetas de verdade:
Transformamos poesia em fato abstrato,
Sem tempo, nem espaço,
Sem manchete, sem alarde.
Apenas momento, iminente, oportuno, átimo.
CARPE DIEM
Que cheiro de morte logo pela manhã.
Maldita flor de presunto, maldita flor de velório
Em suas cores banais,
Num pote de plástico,
enfeiam a sala da recepção.
Maldito seja seu homicida
Que planta defunto, pra enfeitar defunto.
Malditas flores mortas enterradas 

Num pote de plástico em meio a sala da recepção.

Ser Livre

O desejo não é pecado.
Não tenho compromisso.
Se eu sou, me ponho correntes.
Mesmo que me declare livre, 
Me vejo presa as asas que criei.
Joana Carmim